Lucros e juros maiores levam empresas a mudar estratégia de recolhimento do IR

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Um ambiente com perspectiva de crescimento econômico, de geração de lucros e de manutenção da tendência de juros altos, tem feito as empresas repensar o regime escolhido para recolher o Imposto de Renda (IR).

O regime do lucro real mensal, por exemplo, tem perdido espaço na arrecadação do IR. De acordo com dados da Receita Federal, o recolhimento pelo lucro real mensal respondeu por 55,3% da arrecadação do IR das pessoas jurídicas recolhido no primeiro trimestre. Em 2006 a fatia foi de 58,8%. Ganhou maior participação o regime do lucro presumido, cuja participação subiu de 16,2% para 20,6% no mesmo período. Até mesmo o regime do lucro real trimestral, considerado uma escolha mais arriscada, tem avançado. No mesmo período, a fatia do trimestral aumentou de 4,76% para 6,23%.

Luís Rogério Farinelli, sócio do escritório Machado Associados, diz que a escolha das empresas leva em consideração o resultado da menor carga efetiva não só do IR como também da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). É também levada em conta a perspectiva de negócios da empresa para o ano. Trata-se de uma escolha importante, já que a empresa é obrigada a manter o mesmo sistema de pagamento do IR durante todo o ano.

No ano passado a Natura, indústria de cosméticos, deixou de arrecadar o Imposto de Renda mensalmente, como fazia antes. Ela passou a recolher o IR a cada trimestre. Essa mudança, informa expressamente a companhia, contribuiu para gerar um caixa livre no ano passado de R$ 716,3 milhões. O valor é 71,1% maior que o do ano anterior.

Segundo a fabricante de cosméticos, o desempenho é resultado de uma gestão mais eficiente do capital de giro por meio da ampliação do prazo de pagamento dos fornecedores, redução na cobertura de estoque, diminuição do saldo de impostos a recuperar e mudança de anual para trimestral na apuração e pagamento do IR.

A contribuição da mudança na apuração do IR para a geração de caixa é simples. Ao pagar o imposto trimestralmente, a empresa reduziu o giro de recursos que seria necessário para o desembolso mensal. Apesar da vantagem financeira, porém, a alternativa do recolhimento trimestral de IR nem sempre pode ser vantajosa, lembra o consultor Pedro César da Silva, sócio da ASPR Auditoria e Consultoria. Uma das grandes desvantagens acontece para empresas com alta sazonalidade. Se a companhia tiver prejuízo em um determinado trimestre, a compensação disso para o cálculo do IR sofre restrições muito maiores do que no pagamento mensal.

Um ambiente com perspectiva de crescimento econômico e geração de lucros, acompanhado da tendência de manutenção de juros altos, porém, pode fazer as empresas arriscarem o recolhimento trimestral, diz Silva.
A expectativa de margens altas de lucro também pode fazer diferença na hora de escolher a forma de pagar o IR. No caso de alta lucratividade, lembra Silva, o regime do lucro presumido torna-se mais vantajoso.

As grandes companhias, com faturamento maior que R$ 48 milhões ao ano, porém, não podem usar o presumido. Elas são obrigadas a pagar o imposto pelo lucro real. Mas muitas delas acabam reduzindo a carga tributária de IR no consolidado ao colocar as controladas que obedeçam ao teto de faturamento no lucro presumido.

Assim, o IR da empresa controladora é pago pelo lucro real, mas a de algumas controladas é recolhido pelo lucro presumido. A Tractebel e a Lojas Renner são exemplos de empresas que possuem pelo menos uma controlada no lucro presumido. Com a estratégia, a Tractebel reduziu no ano passado em R$ 3,5 milhões a base para o cálculo do IR, de acordo com as demonstrações financeiras da companhia de energia elétrica. A Lojas Renner conseguiu reduzir em R$ 5 milhões o IR e a CSLL sobre o resultado de 2010.
Farinelli lembra que no presumido as empresas do segmento industrial e de comércio pagam IR sobre um "lucro presumido" de 8% da receita bruta da empresa. Para as prestadoras de serviço o percentual sobe para 32%.

Caso uma indústria ou comércio possua uma margem maior que os 8% sobre receita bruta, por exemplo, pode ser mais vantajoso para a empresa recolher pelo regime do presumido. Farinelli explica, porém, que é preciso analisar também os demais tributos. Para o cálculo da CSLL, por exemplo, o lucro presumido sobe para 12% para as indústrias e para o comércio. Para as prestadoras de serviço a base da CSLL aumenta para 32% da receita bruta.

Pedro César da Silva lembra que as empresas também precisam verificar a repercussão da escolha do presumido no cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS). "No regime do presumido esses dois tributos são pagos no cálculo cumulativo. Ou seja, as empresas não podem abater os créditos para o cálculo do PIS e da Cofins." O presumido também não pode ser usado por empresas de alguns setores, como o financeiro, por exemplo.

Varejo baiano cresceu mais 2,9% em março

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sobre 2010 e somou 1,2% mais na comparação, com ajuste sazonal, do período fevereiro / janeiro deste ano. Esses dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). eletrodomesticos

Após registrar crescimento significativo em 2010, o comércio varejista baiano iniciou 2011 com as vendas aquecidas. Apesar de o Carnaval ter ocorrido em março, a taxa não foi expressiva o bastante para dar sequência à tendência de alta que vinha se apresentando em 2010 e início deste ano.

Ela ficou num patamar inferior à variação do volume de vendas registrada em fevereiro, quando o varejo apresentou um crescimento de 11,5%. As variações positivas dos últimos 12 meses levaram o comércio baiano a uma expansão de 8,5%, e o acumulado do primeiro trimestre ficou em 7,2%.

Em que pese o resultado de março, a boa performance apresentada nos dois primeiros meses credencia o setor a apresentar melhores performances, de forma que as expectativas sejam positivas para que mantenha o desempenho favorável nos próximos meses.

A trajetória do comércio continuará a ser beneficiada pelas transferências governamentais, pelo crescimento da massa salarial real, por uma expansão moderada do crédito e pela confiança dos consumidores.

Segmentos

Entre os segmentos com maior participação positiva, o de móveis e eletrodomésticos foi o que apresentou a mais expressiva nas vendas (16,2%). No acumulado dos últimos 12 meses ele contabiliza um crescimento de 22,4% e no acumulado do ano, 25,7%.

Em contrapartida, o ramo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve uma variação negativa de -23,1% e no acumulado dos últimos 12 meses apresentou um movimento de -0,6%. No acumulado do ano, também foi mal, -19%.

Segundo o coordenador de Pesquisas Sociais da SEI, Armando Castro, o resultado da pesquisa não foi mais positivo, em especial, por conta do desaquecimento, em relação a março de 2010, do setor de veículos, cuja queda foi de 22,9%, “sendo que o peso do setor é relevante”.

Ele explica a queda deste segmento em março. “Isso ocorreu por conta de um efeito-base, pois março de 2010 foi o último mês de renúncia fiscal para o setor, o que fez com que a ampliação de vendas naquele mês atingisse 36,6%. No entanto, as expectativas para o segmento são positivas”.

Empreendedores têm dificuldade de acessar crédito, aponta Sebrae

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No ano passado, 58,1% dos empresários iniciantes brasileiros investiram até R$ 10 mil para abrir seu negócio e apenas 18,9% gastaram mais de R$ 30 mil, segundo pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).

A maior parte do valor investido, 36%, é proveniente de recursos próprios e cerca de 70% pedem ajuda a familiares. Para complementar o capital, os novatos no universo empresarial enfrentam dificuldades. Em levantamento com especialistas de 54 países, o Brasil ficou na posição 22 em questões relacionadas ao financiamento.

Os especialistas mencionam que há uma avaliação positiva sobre a disponibilidade de recursos, mas ele é caro e de difícil acesso. “Avançamos na questão macroeconômica, mas não em reformas microeconômicas que reforçam o acesso ao crédito”, afirmou o diretor executivo do IBQP, Eduardo Righi. Segundo ele, muitos são barrados na aprovação de cadastro, já que não têm como oferecer garantias para o empréstimo.

Em outro levantamento, com 59 países, o Brasil aparece na posição 44 quando a questão é a efetividade do apoio de políticas públicas em nível municipal, estadual e federal. Quanto à capacitação para empreender, o país aparece na penúltima posição, na frente apenas do Egito.

Geração de empregos

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra ainda que 4,6 milhões de empreendedores brasileiros esperam gerar pelo menos seis novos empregos nos próximos cinco anos, o que, para Righi, é um indicativo da necessidade de apoiar politicamente esses empresários.

O presidente do Sebrae, Luiz Barreto, considera a necessidade de criar mecanismos de incentivo à abertura comercial dessas empresas. “Enquanto 20% do PIB (Produto Interno Bruto) estão ligados às micro e pequenas empresas, somente 12 mil exportam seus produtos.”

Intenção de compras cresce com Dia das Mães e Dia dos Namorados

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O consumidor de São Paulo pretende comprar mais neste segundo trimestre, impulsionado por datas fortes para o varejo, como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. A Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo, do Programa de Administração do Varejo (Provar), da FIA, mostrou que 73,8% dos entrevistados pretendem comprar entre abril e junho pelo menos um dos produtos das diferentes categorias de varejo pesquisadas, o que representa uma elevação de 2 pontos percentuais em relação ao apurado no primeiro trimestre do ano.

Segundo o coordenador geral da Provar, Claudio Felisoni de Angelo, as datas sazonais costumam resultar em aumento na intenção de compras de bens duráveis, principalmente, nas categorias Telefonia e Celulares e Eletroeletrônicos.

Na comparação com o segundo trimestre de 2010, quando a intenção de compra era de 74,6%, houve uma leve redução na passagem anual.

A amostra, feita com 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa a intenção de compra e de gasto em relação a dez categorias de produtos: Linha Branca; Eletroeletrônicos; Telefonia e Celulares; Informática; Automóveis e Motos; Cine e Foto; Material de Construção; Cama, Mesa e Banho; Móveis e Eletroportáteis.

Fonte: Valor Online